O que é Controle Estatístico de Processo (CEP)?

Controle Estatístico de Processo

Hoje percebemos vários engenheiros e analistas que trabalham em indústrias com dificuldades de realizar um bom estudo de capacidade do processo e fornecer informações válidas para tomadas de decisões.

Esse fenômeno é atribuído pela falta de conhecimento das pessoas no tema, onde utilizam informações através de dados históricos, cheios de contaminações e valores extremos que não refletem as reais capacidade do processo, falta de conhecimento em gerar e interpretar os indíces de capacidade (cp, cpk, pp e ppk), onde desenvolvem um relatório propondo alteração das especificações junto ao time de inovação de forma errônea, antes de trabalhar para melhorar a variabilidade do processo.

Vamos através desse pequeno artigo ajudar o leitor a tomar alguns cuidados básicos que podem fazer toda a diferença em qualquer estudo de capacidade.

O que é controle estatístico do processo?

O controle estatístico do processo (CEP) é uma ferramenta que tem por finalidade desenvolver e aplicar métodos estatístico como parte da estratégia para prevenção de defeitos, melhoria da qualidade de produtos, serviços e redução de custos. A seguir apresentamos alguns conceitos e definições importantes para o melhor entendimento.

  • Processo: É a combinação de máquinas, material e mão-de-obra envolvidos na produção de um determinado produto ou serviço;
  • Controle: É o conjunto de decisões que tem por objetivo a satisfação de determinados padrões ou especificações por parte dos produtos focados nos clientes.

O CEP (Controle Estatístico de Processo) estabelece:

  • Informação permanente sobre o comportamento do processo;
  • Utilização da informação para detectar e caracterizar as causas que geram instabilidade no processo;
  • Indicação de ações para corrigir e prevenir as causas de instabilidade;
  • Informações para melhoria contínua do processo.
  • Um processo capaz tem a capacidade de produzir produtos ou serviços que estão em conformidade com as especificações, em resumo atendendo as características solicitadas pelo cliente;
  • É importante verificar se o processo está sob controle antes de avaliar a capacidade;
  • Quando estamos na presença de causas especiais de variação ou quando não estudamos a estabilidade do processo, determinamos a performance do processo, é importante destacar que a performance do processo não é a mesma coisa que capacidade do processo.

Conceitos de (Causas Comuns, Causas Especiais e Variabilidade):

  • Causas Comuns ou Aleatórias: São inerentes ao próprio processo, são relativamente difíceis de serem identificadas, consistem num número muito grande de pequenas causas;
  • Causas Especiais ou Assinaláveis: Representam um descontrole temporário do processo, são possíveis de serem identificadas e corrigidas, as causas e os efeitos são facilmente observáveis;
  • Variabilidade: É o conjunto de diferenças nas variáveis (diâmetro, pesos, densidades, etc) ou atributos (cor, defeitos, etc..) presentes universalmente nos produtos e serviços resultantes de qualquer atividade.

Carta de Controle

Dentre as 7 ferramentas da qualidade, a carta de controle é sem dúvida a mais utilizada nas empresas e indústrias. Nenhuma outra ferramenta capta melhor as informações de um processo como esta. A carta de controle é utilizada para determinar se o processo está operando em controle estatístico e basicamente é representada por um gráfico em execução que inclui estatisticamente limites de controle superior e inferior.

Objetivo: O objetivo de uma carta de controle é detectar quaisquer alterações indesejadas em um processo, sendo que quando ocorrem mudanças, estas serão sinalizadas por pontos anormais em um gráfico.

  • Alguns questionamentos devem ser feitos para entendermos qual o melhor caminho para desenvolver um estudo de capacidade;
  • A medição da capacidade do processo é um dos melhores métodos de quantificar quão bem-estamos satisfazendo os requerimentos do cliente.

Os passos para o estudo da capacidade são:

  • Verificar a estabilidade do processo (Coeficiente de Robustez);
  • Testar se a distribuição é normal;
  • Medir a capacidade (CP, CPK, PP, PPK, CR );
  • Priorizar e melhorar as variáveis críticas.

Vamos falar um pouco sobre a estabilidade do processo:

É muito comum as pessoas não levarem em conta o fator estabilidade, porém em todos os estudos deveria ser o primeiro fator a ser observado, pois se você não levar em conta a estabilidade, só estará avaliando a performance do processo.

Não faz sentido propor novas especificações com processos instáveis isso é inaceitável, mas muitos engenheiros e analistas insistem nesse erro, pois preferem desenvolver novos limites de especificação do que utilizar esforços para tentar minimizar a variação do processo, através de projetos de melhoria contínua e workshops.

Alterar a especificações com frequência é também um erro grave, pois acaba ao longo do tempo alterando as características do produto, as mesmas características que foram definidas pelo cliente durante o desenvolvimento do projeto, mudar as especificações com frequência a cada 6 meses ou 1 ano por exemplo, faz me lembrar da velha pergunta. “Quem está no controle? Você ou o processo?

Trabalhar com um bom controle de processo, identificando e trabalhando nas causas de variação, ajudam empresas a reduzirem produtos não conforme e por consequência uma melhor qualidade dos produtos dentro de um custo planejado.

Qual o papel das equipes no CEP?

Percebemos que infelizmente os times dentro das organizações não estão com seus esforços dedicados a estudarem as fontes de variação e sim utilizando seus preciosos tempos para discutir o pós morte, ou seja, ficar retrabalhando e descartando os produtos não conforme e brigando entre equipes pelo não atendimento as especificações.

Em nossos treinamentos de Green, Black Belt e CEP, exploramos como podemos fazer um bom estudo de capacidade utilizando o software Minitab e como os profissionais podem tomar decisões e ações baseados em um entendimento amplo do assunto.

Processos alteram com o tempo, devemos sempre estar atentos com esses novos comportamentos, o CEP (Controle Estatístico de Processo) deve ser implementado e os dados coletados e processados de acordo com a necessidade da empresa e clientes, sendo tomadas ações assertivas que de nenhuma forma venha alterar para pior as características dos produtos.

Definições:

  • Limites de controle são baseados na voz do processo;
  • Limites de especificações são baseados na voz do cliente.

Curso de Green Belt Lean Seis Sigma, exploramos muito os estudos de capacidade, porque entendemos que é o caminho de melhorar os processos e reduzir os retrabalhos dentro das empresas.

 

 

 

Newsletter